29 de dezembro de 2009

ORAÇÃO DE DAVI

"Ensina-me, SENHOR, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o teu nome" (Salmos 86.11).
Em todos os salmos, a palavra coração refere-se ao centro da alma ou do espírito humano. Desse centro fluem as emoções, os pensamentos e as atitudes da pessoa. Se o coração só teme ao SENHOR, essas manifestações humanas refletirão pureza e altruísmo, sem corrupção de nenhuma espécie.
O profeta Jeremias escreveu, em linguagem semelhante, que o desejo de Deus é que nos voltemos a ele de todo o coração (Jr 24.7). E esse conceito chamou um só coração um só caminho (Jr 32.39). Ezequiel também falou a respeito de Deus dar um só coração, espírito novo (Ez 11.19).
Somente Deus pode dar um coração temente só a ele; não é algo que consigamos por conta própria. Mesmo assim, precisamos aceitar a oferta de Deus; devemos desejar um coração assim. O modo mais certo de saber se o coração só teme ao SENHOR e não está dividido talvez seja fazer eco à oração de Davi: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos (Sl 139.23). Somente Deus pode dizer se o nosso coração é puro.
(Bíblia de Estudo Vida, 1999, p. 915)

13 de dezembro de 2009

A GRAÇA COMUM

Sendo um dos conceitos fundamentais da Escritura, a graça fala das ações amorosas de Deus para com a criação e a favor da humanidade em particular. O dicionário de teologia define numa frase o que é graça (divina): "Graça é o transbordar generoso do amor de Deus-Pai por meio do Filho Jesus Cristo".
A
graça comum
é a ação amorosa pela qual Deus dá às pessoas inumeráveis bênçãos (ex. o ar que se respira), por meio do seu cuidado providencial, independentemente de qualquer reconhecimento.
Se olharmos para o mundo ao nosso redor veremos as evidências da graça comum de Deus no domínio intelectual, que resulta na capacidade para compreender a verdade e distingui-la do erro e em experimentar crescimento em conhecimento, que pode ser usado na investigação do universo e na tarefa de dominar a terra. Isso significa que toda ciência e tecnologia axecutada por não-cristãos é um dos resultados da graça comum; que lhes possibilitam fazer descobertas e invensões inacreditáveis, desenvolver os recursos da terra em variados bens materiais, produzir e distribuir tais recursos e ter habilidade em seu trabalho produtivo. Num sentido prático isso significa que toda vez que vamos ao shopping ou até uma mercearia, andamos de carro ou nos aquecemos à beira de uma lareira, devemos nos lembrar sempre que estamos experimentando os resultados da abundante graça comum; que Deus derramou tão esplendidamente sobre toda a humanidade.
O governo humano também é resultado da graça comum. Ele foi instituído por Deus desde o princípio (Gn 9.6), e se diz claramente que é concedido por Deus na carta do apóstolo Paulo aos Romanos 13.1 (NVI): "Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus, as autoridades que existem foram por ele estabelecidas". De fato, um dos principais expedientes que Deus usa para restringir o mal no mundo é o governo humano. As leis humanas, as forças policiais e os sistemas judiciais proporcionam um poderoso restringente às ações do mal, e essas coisas são necessárias porque existe no mundo muito o mal irracional que tão-somente pode ser restringido pela força e não pela razão ou educação. Obviamente, a propensão do homem para o pecado também podem afetar os próprios governos, é por isso que muitos deles se tornam corruptos e efetivamente encorajam o mal ao invés do bem. Isso meramente significa que o governo humano, assim como todas as outras bênçãos da graça comum que Deus dá, infelismente, pode ser usado tanto para própositos bons quanto maus.
Outras organizações na sociedade humana que incluem instituições educacionais, indústrias e corporações, associações voluntárias (tais como instituições de caridade e grupos de serviços públicos e privados) e os incontáveis exemplos de benevolência humana. Tudo isso coopera para levar alguma medida de bem aos seres humanos, tudo isto nada mais é do que a pura expressão da graça comum de Deus em benefício de toda a humanidade.
Quando passeamos pela rua e observamos casas bem construídas e jardins, ornamentados, famílias morando em segurança, ou quando fazemos negócios no supermercado e percebemos os abundantes resultados do progresso tecnológico, ou quando andamos através das florestas e vemos a formosura da natureza, ou quando somos protegidos pelo governo, ou quando recebemos a educação com o vasto tesouro do conhecimento humano, devemos perceber, no final das contas, que Deus em sua soberania é o responsável não apenas por todas essas bênçãos, mas também que as têm concedido a pecadores totalmente indígnos de sequer uma delas! Essas bênçãos no mundo são não apenas evidência do poder e sabedoria de Deus, mas são também manifestação de sua abundante graça. A compreensão desse fato deve fazer com que o nosso coração se eleve com ações de graça a Deus em todas as atividades da nossa vida.
Wayne Grudem. Teologia Sistemática, pp. 549-557

23 de novembro de 2009

O INÍCIO DA NOVA VIDA

A humanidade é pecadora por natureza e precisa da justiça de Deus. Devemos nos afastar do pecado e ser separados para a justiça. Se desejamos nos aproximar de Deus, é necessário que seja segundo os critérios dele: devemos ter uma nova vida na qual nossos pecados tenham sido perdoados e removidos (Rm 12.1,2).
Uma coisa é estarmos convencidos da necessidade de uma nova vida, mas outra, completamente diferente, é obter a nova vida. Ao sermos "salvos", dizemos que somos novas criaturas (2Co 5.17); que passamos da morte para a vida (Jo 5.24); que fomos libertados do império da morte e transportados para o Reino de Deus (Cl 1.3); que nascemos de novo (Jo 3.3) e que fomos adotados por Deus (Gl 4.4-5). Estas coisas maravilhosas, que advêm com a nova vida, são oferecidas gratuitamente a todo aquele que confia em Cristo para sua salvação.
Um dos benefícios mais empolgantes da nova em Cristo é a vida eterna. Iniciamos um relacionamento novo e pessoal com Deus, que nos dá vitalidade espiritual em abundância(Jo 10.10); essa nova vida é um presente (graça) que nunca se perderá. Deus pode realizar uma mudança completa na vida de todos aqueles que realmente crerem em cristo (Rm 10.9; At 16.31).
Bíblia de estudos das profecias

25 de outubro de 2009

RESPEITE O SEU CORPO

"Acaso desconhecem que o corpo de vocês é santuário [templo] do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus... Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, honrem a Deus com o seu próprio corpo" (1Coríntios 6.19,20).

O nome de Kenneth Cooper é sinônimo de boa forma [física], mas o seu compromisso com a saúde vai além de uma boa aparência. Ele acredita que o nosso corpo é um templo e que é nossa dívida para com Deus mantê-lo em forma. Como ele passou de um estudante de medicina acima do peso que vivia comendo porcarias e ingerindo muita cafeína, a um homem atlético que faz caminhadas aeróbicas diariamente? Em uma viagem para praticar esqui aquático, seu coração começou a bater 250 batidas por minuto e ele pensou que estava morrendo. Foi um aviso para que ele acordasse. Deus estava lhe dizendo algo; e Ele não precisou falar duas vezes! Cooper desenvolveu o que chamamos de ginástica aeróbica, perdeu 25 quilos e correu uma maratona. A boa forma tornou-se a sua paixão, mas dar palestras exerceram um efeito negativo sobre a sua vida espiritual. Então ele decidiu começar a alimentar melhor o seu homem interior lendo, orando, integrando lições espirituais às suas palestras e, envolvendo-se novamente na igreja. Como resultado, ele tem ajudado milhares de pessoas em todo o mundo. Ele diz que a sua maior motivação para ficar em forma é espiritual.
Mas, como anular os efeitos de um estilo da vida frenético e do estresse ligado ao trabalho? Primeiro: reconheça Jesus como Salvador e Senhor da sua vida e que seu corpo, apesar de toda imperfeição, é templo do Espírito Santo. Segundo: entre em um programa de boa forma física [ex., caminhar diariamente]... coma direito [ e não direto]... organize melhor a sua agenda. Se você ainda acha que cuidar de si mesmo (do seu corpo) não é espiritual, pare e pense melhor sobre o assunto! Saiba que é tão irracional deixar-se dominar pelos maus hábitos quanto abusar das drogas e do álcool. Em vez de dizer "não tenho tempo", encontre tempo; esta atitude pode salvar sua vida! Agindo assim, você se tornará não somente um homem novo mas, melhor ainda, um novo homem; mais criativo, mais lúdico, mais social, mais amável, mais espiritual e, sobretudo, mais humano.

Bob e Debby Gass. A palavra para hoje, julho 2009, p. 35

5 de outubro de 2009

CRISTO, O PÃO DA VIDA

Eu sou o pão da vida (João 6.35,48).
O Senhor Jesus está dizendo que Ele mesmo é o alimento disignado para o homem. As almas dos homens estão naturalmente perecendo de fome por causa do pecado. Mas Cristo foi enviado por Deus, o Pai, para satisfazer, aliviar e atender as nossas necessidades espirituais. Somente em Cristo - em seu ofício de mediador e sacerdote; em sua morte redentora e vicária, em sua maravilhosa graça, amor e poder - somente nEle as almas vazias têm suas necessidades supridas. Em Cristo, há vida em abundância. Ele é "o pão da vida".
Essa metáfora foi escolhida com grande e perfeita sabedoria divina, pois o pão é um alimento essencial para alimentar o nosso corpo. Podemos viver razoavelmente sem muitos tipos de alimento em nossa mesa, mas sem o pão, não! O mesmo acontece em relação a nossa salvação. Ou temos a Cristo, ou pereceremos em nossos pecados. O pão é, sem dúvida, um alimento adequado para todas as pessoas. Alguns não comem carne; outros vegetais, mas o pão é apreciado por todos. É um alimento tanto para o rei quanto para o súdito. Isto também é verdade em relação a Cristo. Ele é o salvador que supre as necessidades de todas as classes de pessoas. O pão é alimento de todos os dias. Outros tipos de alimento talvez comamos ocasionalmente, porém, manhã após manhã desejamos ter o pão; do mesmo modo também carecemos de Cristo. A cada dia de nossas vidas precisamos do Seu sangue purificador, da Sua justiça, da Sua intercessão e da Sua graça. Não é sem propósito que Cristo afirmou:

"Eu Sou o pão da vida".


O crente verdadeiro deve ser grato a Deus por esta afirmação de Jesus e nutrir-se da verdade nela contida: Cristo é o pão da vida; ele preserva todos os crentes; veio para todo aquele que confia em seu nome; é a possessão eterna de todos os que assim crêem. Certamente, estas palavras contêm boas-novas repletas de alegria!

(J. C. Ryle. Meditações no Evangelho de João, pp. 78-79)

6 de setembro de 2009

O SIGNIFICADO DO SANGUE DE CRISTO

O Novo Testamento muitas vezes liga o sangue de Cristo com a nossa redenção. Por exemplo, Pedro diz: "... sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1Pe 1.18-19).
O sangue de Cristo é a clara evidência externa de que seu sangue vital foi derramado quando ele experimentou a morte sacrificial para pagar nossa redenção - "o sangue de cristo" sua morte em seus aspectos salvíficos (esse é o ponto de vista de Leon Morris, Apostolic Preaching of the Cross, p. 112-26). Embora possamos pensar que o sangue de Cristo (como evidência de que sua vida foi dada) refere-se exclusivamente à remoção de nossa culpa judicial diante de Deus - pois essa é sua preferência primária - os autores do Novo Testamento atribuem-lhe também vários outros efeitos. Pelo sangue de Cristo nossa consciência é purificada (Hebreus 9.14), obtemos acesso ousado a Deus em adoração e oração (Hebreus 10.19), somos purificados de maneira progressiva do pecado restante (1João 1.7; cf. Apocalipse 1.5b), somos capazes de vencer o acusador dos irmãos (Apocalipse 12.10-11) e resgatados de um modo pecaminoso de vida (1 pedro 1.18-19) (este parágrafo foi extraído de Wayne Grudem, The First Epistle of Peter, p. 84).
As Escrituras falam tanto assim do sangue de Cristo porque o seu derramamento constitui evidência bem clara de que sua vida foi dada em execução judicial (isto é, ele foi condenado à morte e morreu pagando uma pena imposta tanto por um juiz humano na terra como pelo próprio Deus no céu). A ênfase das Escrituras no sangue de Cristo também mostra a relação clara entre a morte de Cristo e os muitos sacrifícios do Antigo Testamento que envolviam o derramamento de sangue em que estava a vida do animal sacrificado. Todos esses sacrifícios apontavam para ao futuro e prefiguravam a morte de Cristo.
[...]
Para pagar a pena de morte que merecemos por causa de nossos pecados, Cristo morreu como sacrifício por nós. Ele "se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado" (Hebreus 9.26).

(Wayne Grudem. Teologia Sistemática, p. 481-82)

5 de setembro de 2009

O PECADO DA DIFAMAÇÃO

A bíblia diz: "Com ela (a nossa língua) bendizemos ao nosso Deus... e com ela amaldiçoamos os homens... não é conviniente que estas coisas sejam assim" (Tiago 3:8-10-NKJV).
"mas nenhum ser humano pode domar a língua. Ela está sempre pronta a expelir seu veneno mortífero. Onde houver inveja ou ambições egoístas, aí haverá desordem e todas as outras espécies de mal" (Tiago 3.8,16-ABV).
É desagradável aos olhos de Deus [e nos afasta das bênçãos] quando O louvamos na Igreja no domingo e depois destruímos a vida de alguém no trabalho na segunda-feira. Você diz: "Mas o que eu estou dizendo é verdade." "Todos os caminhos do homem lhe parecem puros, mas o Senhor avalia o espírito" (Provérbios 16:2 NVI). A difamação começa com o orgulho; ela diz: "Quando eu estou certo e você está errado, tenho o direito de dizer isto." Não, não tem! Pessoas têm corrido para o altar das igrejas em busca de cura para feridas causadas por cristãos. Uma senhora escreveu: "Durante algum tempo tentei vencer a fofoca, mas eu não conseguia deixar de contar as coisas para o meu marido. Embora tivesse certeza de que ele não passaria adiante, percebi que o expondo a essas coisas eu estava envenenando o seu espírito. Foi então que decidi mudar o que saía de minha boca."
O que você diz sobre alguém altera a forma como os outros veem aquela pessoa. Um pastor disse certa vez: "Se vocês ouvirem alguém falar mal de outra pessoa, interrompa-o gentilmente e diga: 'Desculpe mas, quem o feriu o ignorou ou o menosprezou? Então vou orar para que Deus possa restaurar a sua paz, mas, para seu próprio bem, não permitirei que fale de pessoas que não estão presentes para se defenderem.' A maioria das vezes o assunto morre ali, ou a pessoa vai embora.
"Sejam humildes e amáveis. Sejam pacientes uns com os outros, tendo tolerância pelas faltas uns dos outros por causa do amor entre vocês" (Efésios 4.2-ABV). Nenhum de nós é infalível, mas todos precisamos ser tratados com bondade, paciência e amor. Por isto, criemos o hábito de tratar cada um do mesmo modo que gostaríamos de sermos tratados; com amor, carinho, educação e respeito.


(Bob e Debby Gass. A palavra para hoje ( julho a agosto 2009), p. 40)

27 de agosto de 2009

TRANSFOMANDO PEDRAS EM DEGRAUS

"Mas a vida não vale nada, a menos que eu viva para fazer a obra que Senhor Jesus me destinou" (Atos 20.24-ABV).
N
ão ouvimos falar muito sobre as derrotas de Abraham Lincoln porque as vitórias dele foram muito mais notáveis. Mas durante muito tempo tudo parecia estar contra ele. Sua mãe morreu quando ele tinha nove anos. Em 1832, ele perdeu uma eleição para a Câmara Legislativa do Estado de Illinois. Em 1849, ele foi rejeitado como Comissário do General Land Office. Ele perdeu a eleição para o senado em em 1855 e 1858, e nesse meio tempo deixou de ganhar uma nomeação para Vice-Presidente. No entanto, suas perdas mais dolorosas foram a morte de seus filhos de quatro e doze anos.
Lincoln nasceu em área remota de Kentucky. em seu currículo, possuía apenas alguns meses de escola elementar. Não havia livros e os alunos precisavam repetir as palavras da professora. Foi um autodidada em matemática, leu os clássicos e trabalhou sua habilidade de escrita e oratória utilizando a Bíblia como modelo. Sua filosofia era: "Vou estudar e me preparar, e quando chegar a hora estarei pronto". Ele disse a um amigo: "Tenha isto em mente - a sua própria decisão de vencer é mais importante do qualquer outra coisa." Seu mais famoso discurso "Gettysburg Address" (O Discurso de Gettysburg) é uma das mais notáveis peças de oratória existentes. Durante os dias mais negros da Guerra Civíl [americana], ele disse: "Faço o melhor que sei fazer... e pretendo continuar fazendo isso até o fim."
Paulo [O Apóstolo] não disse: "Nenhuma dessas coisa me ferem", ele disse, "nenhuma dessas coisas me abalam". Há uma grande diferença! Paulo se recusou a permitir que os problemas da vida o sabotassem! Ele entendeu que o que acontece em você é mais importante do que acontece com você. Ele também entendia que quando você olha para Jesus como seu modelo e extrai forças Dele a cada dia, Ele lhe dará tudo que é necessário para vencer na vida.


(Bob e Debby Gass. A palavra para hoje (junho a agosto 2009), p.36)

P.S. Abraham Lincoln (foto acima) - Esse grande advogado do povo norte-americano proferiu o seu mais célebre discurso no cemitério de Gettysburg, onde se travou uma das mais cruentas batalhas da guerra civil. Lincoln tudo fizera para evitar a guerra fraticida e, quando verificou que seus esforços haviam sido inúteis para que o Sul depusesse as armas, decidiu pela abolição da escravatura. O discurso do lenheiro que chegou à Presidência dos Estados Unidos foi considerado um verdadeiro poema em prosa...

20 de agosto de 2009

DEUS SABE!

"Bem-aventurado é aquele...cuja esperança está no Senhor." Salmo 146:5 NKJV
F. B. Meyer disse: "A educação da nossa fé está incompleta (até) que aprendamos que a providência de Deus trabalha por meio da perda... que há um mistério para nós em cada fracasso e na perda de algumas coisas. O riacho quase seco onde Elias se escondeu é um retrato das nossas vidas! "Algum tempo depois, o riacho secou-se" (1Reis 17:7).
E
sta é a história do nosso ontem e uma profecia para o nosso amanhã. Aprenda a difereça entre confiar no dom e confiar no Doador. O dom [a benção] pode durar por um período, mas o Doador [Abençoador] é eterno. Se o Senhor tivesse guiado Elias diretamente à viúva de Sarepta, ele teria perdido algo que ajudou a fazer dele um homem melhor, a chance de viver pela fé. Sempre que nossos recursos terrenos se esgotam, é para que possamos aprender que a nossa esperança e ajuda estão em Deus".
Quando olhamos para a situção e dizemos: "Não tem jeito!". Essa é a hora de confiar em Deus. As suas possibilidades não são limitadas pelas circunstâncias passadas ou presentes. Se não há o suficiente para pagar contas que são legitimas, faça o seu melhor e depois relaxe. Confie em Deus para suprir as suas necessidades, e depois, olhe para além da sua carteira. Olhe para a Fonte! Reivindique um suprimento divino, ilimitado. Mas faça também a sua parte. Esforce-se para ter responsabilidade nos seus afazeres. Peça sabedoria e ouça as instruções de Deus. E então, abandone os seus medos e a sua necessidade de estar no controle.
"Confie no Senhor de todo o seu coração, e não dependa do seu próprio entendimento" (Provérbios 3:5). Todos nós sabemos que o dinheiro é uma parte necessária da vida. Deus também sabe!

Bob e Debby Gass. A palavra para hoje, p. 26

P.S. Frederic Brotherton Meyer foi um dos pregadores mais amados do seu tempo, e por mais de 20 anos expositor da Conferência de Keswick. Spurgeon dizia dele: "Meyer prega como um homem que viu Deus face a face". Nasceu em Londres em Abril de 1847, no seio de uma família cristã de origem alemã abastada e devota. Uma das avós exerceu uma especial influência sobre ele. Estudou no Brighton College e graduou-se na Universidade de Londres em 1869. Estudou teologia no Regent's Park College, Oxford.

15 de agosto de 2009

A RELIGIÃO

"Os homens desprezam a religião; odeiam-na e temem que seja verdadeira. Para acalmá-los, é preciso começar mostrando que a religião não é contrária à razão; que é digna de veneração e de respeito; em seguida, torná-la amável, fazer com que os bons desejem que seja verdadeira, digna de veneração, pois conhece exatamente o homem; amável porque promete o verdadeiro bem"
(B. Pascal, pensieri, br. 187.)
O termo "religião" vem do latim religare, que significa "ligar, unir". De fato, a religião é um conjunto de mitos (relatos, textos sagrados, símbolos), ritos (preces, ações, sacrifícios) e normas (mandamentos, preceitos, regras) com o qual o homem exprime e realiza seus contatos com Deus. O fenômeno religioso é um fenômeno eminentemente humano; não pode ser encontrado nos demais seres vivos, apenas no homem. Esse é um fato indiscutível...
[...]
O fenômeno da religião, que abarca a humanidade toda, tanto em termos de espaço como de tempo, e não apenas este ou aquele grupo social de uma época histórica particular, é um fenômeno que assume proporções consideráveis. Os antropólogos e os etnólogos nos informam que o homem desenvolveu uma intensa atividade religiosa desde seu primeiro aparecimento no palco da história, e que as tribos e todas as populações, de qualquer nível cultural, cultivaram alguma forma de religião. Desde a idade paleolítica o homo religiosus está em pé, com os braços levantados. É o homem coroando as demais dimensões: trabalho, jogo, linguagem, ciência.
Bergson faz a seguinte observação: "Houve no passado e há ainda hoje, sociedades humanas que não têm nem ciência, nem arte, nem filosofia. Mas não existe nenhuma sociedade sem religião" (H. Bergson, Les deux sources de la morale et de la religion, cit., p. 105).
"Através da parte mais ilustre da história humana, em todos os séculos e em qualquer estágio da sociedade, a religião foi a força central unificadora da cultura, ela foi a guardiã da tradição, a preservadora da lei moral, educadora e mestra da sabedoria. [...] A religião é a chave da história. Não podemos compreender as estruturas íntimas de uma siciedade se não conhecermos bem a sua religião. Não podemos entender as suas conquistas culturais se não compreedermos as crenças religiosas que estão por trás delas. Em todas as idades, as primeiras elaborações criativas de uma cultura devem-se a uma inspiração religiosa e estão voltadas para um fim religioso. A religião está no limiar de todas as grandes literaturas do mundo" (Ch. Dawson, Religion and culture, Londres, 1948, pp. 49-50). [...].
Como diz Cícero, o homem é naturalmente religioso, porque a realidade que o circunda, com a sua força, com seu fascínio e com o seu terror, sugere a ele a existência de um Ser superior. E, segundo a bela definição de Max Scheler, o homo-religiosus é "o homem que interiormente participa de Deus e da sua força" (M. Scheler, L'eterno nell'uomo, cit., pp. 238-239).
[...]
Que o homem é um ser religioso trata-se de fato inegável, amplamente documentado pela história, pela antropologia cultural e pela arqueologia. Mas por que é um ser religioso? É justo que seja religioso? A religião pertence à natureza mesma do homem ou é simplesmente um expressão cultural da sua impotência e da sua imaturidade, destinada a desaparecer com o progresso da civilização?
A humanidade nasceu religiosa, assim como nasceu inteligente, criativa, livre, sociável, comunicativa, educável. A religiosidade é, pois, uma qualidade co-natural, inata; poder-se-ia dizer que está inscrita no próprio código genético do homem.
Em conclusão, para que exista religião é preciso que exista Deus. Sem Deus não poderia haver religião, como sem astros não haveria astronomia, sem plantas não haveria botânica e sem animais não haveria zoologia.
Para demonstrar a racionalidade do ato religioso é preciso provar que o seu objeto não é ilusório, mas real; em outras palavras, é preciso provar que Deus existe. A demonstração da existência de Deus é o único fundamento racional da religião. Se essa prova não existe, a religião reduz-se a cego fideísmo e romântico sentimentalismo.
[...]
A religião é a ascensão do homem para Deus, a progressiva aproximação de Deus, por parte do homem. Essa aproximação de Deus não é uma exigência imposta de fora, na forma de alguma lei ou decreto baixado pela vontade e pelo poder de Deus (como quando um escravo obedece ao seu senhor); é, antes, uma exigência inscrita no ser profundo do homem, feito à imagem e semelhança de Deus. É "a iconicidade divina" que faz do homem um ser naturalmente religioso.
Segundo a Sagrada Escritura, a essência do homem não está na racionalidade, na liberdade, na linguagem, na inventividade, na cultura, na religião etc., mas na sua capacidade de espelhar e de reproduzir a realidade de Deus, isto é, ser "um ícone" divino...

(Batista Mondin. Quem é Deus? pp. 48-51, 77-78, 398).




30 de julho de 2009

QUALQUER UM PODE SERVIR

Martin Luther King Jr. reconheceu esta verdade: "Você não precisa ter um diploma de faculdade para servir. Não é fundamental conhecer a segunda lei da termodinâmica na física para servir. Só precisa ter um coração generoso e uma alma movida pelo amor."
Servir e se sacrificar pelos outros é algo que pode ser realizado de muitas maneiras diferentes. Quando no dedicamos a identificar e atender as necessidades legítimas dos outros (servir), descobrimos que é preciso fazer alguns sacrifícios.
O alvo pode ser nosso ego, orgulho ou sede de poder, além de outros interesses pessoais. Às vezes precisamos sacrificar também nosso desejo de sermos admirados, nosso péssimo hábito de evitar conflitos, nossa determinação de ter todas as respostas e de aparecer bem na foto.
Quando servimos os outros, temos de perdoar, pedir desculpas e dar uma segunda chance, mesmo quando não sentimos vontade. Há o risco de sermos rejeitados, mal interpretados e até usado em certas ocasiões. Na verdade, é fundamental abrir mão de qualquer coisa que interfira na maneira de fazer a coisa certa.
Muitos dos que estão em posições de liderança acham que esse é um preço alto demais para se pagar. Eles acham que é a sua vez de serem servidos, agora que se tornaram líderes. A boa notícia é que qualquer um pode fazer a diferença na vida de outra pessoa, ainda mais se tiver em posição de liderança.
Anne Frank, que morreu num dos campos de extermínio de Hitler, expressou-se sobre esse ponto com eloquência: "Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um único momento para começar a melhorar o mundo!"

Quando rompemos com o "eu" e nos empenhamos em atender as legítimas necessidades dos outros, nossas carências também são satisfeitas.

Abraham Lincoln, em sua maneira simples e concisa, disse: "Quando eu faço o bem, me sinto bem." Portanto, voltamos às opções pessoais. Vamos servir os outros ou apenas servir a nós mesmos? Esta é a diferença entre ser um líder servidor e um líder que só serve os próprios interesses.

(James C. Hunter. Como Se Tornar Um Líder Servidor, pp. 43-46)

NOTA: Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, (Frankfurt am Main, 12 de Junho de 1929 — Bergen-Belsen, início de Março de 1945) foi uma adolescente judia obrigada a viver escondida dos nazistas durante o Holocausto. Nasceu em Frankfurt am Main (Hesse), sendo a segunda filha de Otto Heinrich Frank (12 de maio de 1889 - 19 de agosto de 1980) e de Edith Hollander (16 de janeiro de 1900 - 6 de janeiro de 1945), uma família de patriotas alemãs que teriam participado da Primeira Guerra Mundial.

28 de julho de 2009

A COGNOSCIBILIDADE DE DEUS

Embora não possamos conhecer exaustivamente a Deus, podemos conhecer coisas verdadeiras sobre ele. De fato, tudo o que as Escrituras nos falam sobre Deus é verdadeiro. É verdade dizer que Deus é amor (1Jo 4.8), que Deus é luz (1Jo 1.5), que Deus é Espírito (Jo 4.24), que Deus é justo ou reto (Rm 3.26) e assim por diante. Dizer isso não implica nem exige que saibamos tudo sobre Deus, ou sobre seu amor, ou sobre sua justiça ou sobre qualquer outro atributo. Podemos conhecer alguns pensamentos de Deus - até muitos deles - com base na Bíblia, e quando os conhecemos, como Davi, os consideramos "preciosos" (Sl 139.17).
Ora, algumas pessoas dizem que não podemos conhecer o próprio Deus, mas somente fatos sobre ele ou o que ele faz. Outros dizem que não podemos conhecer a Deus como ele é em si, mas somente na sua relação conosco (e aqui está implícito que essas duas coisas são de algum modo diferentes). Mas as Escrituras não afirmam isso. Várias passagens falam que podemos conhecer o próprio Deus. Lemos as seguintes palavras de Deus em Jeremias 9.23-24:

"Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR".

Aqui Deus diz que a fonte da nossa alegria e da nossa noção de importância deve vir não das nossas capacidades ou posses, mas do fato de conhecê-lo. Igualmente, ao orar ao Pai, Jesus pôde dizer: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17.3). A promessa da nova aliança é que todos conheçam a Deus, "desde o menor deles até ao maior" (Hb 8.11), e a primeira epístola de João nos diz que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento "para reconhecermos o verdadeiro" (1Jo 5.20; v. tb. Gl 4.9; Fp 3.10; 1Jo 2.3; 4.8). João pode dizer: "...eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde de o princípio" (1Jo 2.13).
O fato de conhecermos o próprio Deus é demonstrado ainda pela percepção de que a riqueza da vida cristã envolve um relacionamento pessoal com Deus. Como sugerem as passagens acima, temos o privilégio bem maior do que o mero conhecimento de fatos acerca de Deus. Falamos com Deus em oração, e ele fala conosco em sua Palavra. Temos comunhão com ele na sua presença, entoamos seus louvores e temos consciência de que ele pessoalmente habita no meio de nós e dentro de nós para nos abençoar (Jo 14.23). De fato, pode-se dizer que esse relacionamento pessoal com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo é a maior de todas as bênçãos da vida cristã.

(Wayne Gruden. Teologia Sistemática, pp. 103-104)

NOTA: 1Coríntios 13.12 diz: "...Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido". A palavra "conhecerei" é simplesmente uma tentativa de traduzir epignõskõ, que dá a entender um conhecimento mais profundo ou exato (talvez, contrastando com o presente conhecimento parcial, um conhecimento isento de erro ou falsidade). Paulo jamais diz algo como: "Então conhecereis todas as coisas", que teria sido bem fácil de dizer em grego (tote epignõsomai ta panta), se assim o quisesse.


22 de julho de 2009

AMOR A SI MESMO, PRECONDIÇÃO PARA AMAR O PRÓXIMO

Crescemos ouvindo de todos - pais, mestres, religiosos - que não devemos ser egoístas, querendo, com isso, passar a ideia de que gostar muito de nós mesmos é (ou seria) prejudicial e indesejável. As religiões, quase todas, têm como máxima e esteio fundamental do comportamento o amor ao próximo. O cristianismo, repetindo com outras palavras o que já nos ensinaram Confúcio e Buda, nos manda amar ao próximo tanto quanto a nós mesmos.
Há, nas colocações acima, o equívoco de confundir o amor a si mesmo com o egoísmo. São, na verdade, pólos opostos de um mesmo fenômeno, guardando o egoísmo uma relação inversa com o apreço que se tenha por si mesmo, como se fossem imagens num espelho.
O comportamento egoísta tem muito, mas muito mesmo, a ver com uma torturante sensação de insegurança e fragilidade interior. Somente aqueles interiormente fortes conseguem, de fato, ser gentis e desprendido. O egoísmo relaciona-se diretamente com a imaturidade emocional, assemelhando-se ao comportamento da criancinha, que vê e sente o mundo como que girando a seu redor e existindo para e em função dela.
Nos primeiros anos de vida, somos extremamente dependentes dos outros para sobreviver. A sensação de que nossa sobrevivência depende do meio externo nos confere uma insegurança que exigirá, para nosso equilíbrio e bem-estar, um constante reasseguramento de que os outros e o mundo estão à nossa disposição e sobre eles podemos ter controle. Ou seja, o comportamento egoísta que todos apresentamos enquanto crianças pequenas faz parte do processo normal de crescimento e amadurecimento do ser humano.
À medida que vamos crescendo, amadurecendo, nos fortalecendo e criando uma bos imagem de nós mesmos, menos importante será para nós o reforço exterior e, por conseguinte, maior será a nossa independência da opinião e da influência das outras pessoas. Estaremos nos aproximando, assim, do "*espírito livre" de que nos falava Nietzsche. É esse processo de libertação que constitui, de fato, nosso crescimento como ser humano e configura, a rigor, o sentido da trajetória da nossa existência.
Os que atingem esse patamar de crescimento ou dele se aproximam passam a extrair ganuíno prazer do amor que transmitem às outras pessoas e, sem ter premeditado, passam a vivenciar um doce ciclo vicioso onde, quanto mais se amam e amam os outros, mais amor recebem de volta e mais ainda ficam amando a si e aos outros...
Esse amor por si próprio é, essencialmente, reflexo de nosssa auto-estima, ou da imagem que construímos de nós mesmos. Um nível adequado e desejável de auto-estima implica respeito e admiração por si próprio e não pode confundir-se com narcisismo. Este é o primo-irmão do egoísmo e resulta da mesma causa básica: a fragilidade interior e o desapego a si mesmo são tão grandes que o indivíduo sente uma compulsiva necessidade do reconhecimento externo. Os narcisistas, tanto quanto os egoístas, não são pessoas livres e dificilmente serão felizes, dependentes que são, vitalmente, do conceito que os outros fazem deles.
  • Inveja, talvez, o mais destrutivo de todos os subprodutos da insegurança interior e do desapego por si mesma. Essa inveja nociva e destrutiva não é o natural desejo, que vez por outra assalta qualquer um de nós, de ter ou ser o que alguém, próximo ou distante, tem ou é. A inveja a que me refiro é aquela amarga sensação de desconforto e sofrimento que invade o indivíduo quando confrontado com o sucesso alheio, ou com o que de bom possa estar ocorrendo com outra pessoa...
Com todo o arrazoado acima, espero tê-lo convencido, caro leitor, de que gostar de si mesmo não é defeito: é qualidade e não tem nada a ver com o egoísmo, o narcisismo e o não gostar dos outros. Muito pelo contrário. É justamente a impossibilidade de amar a nós mesmos que nos torna incapazes, na mesma proporção, de amar os outros.
(Dr. Marco Aurélio Dias da Silva. Quem Ama não Adoece, pp. 273-280)

*É chamado de espírito livre aquele que pensa de modo diverso do que se esperaria com base em sua procedência, seu meio, sua posição e função ou com base nas opiniões que predominam em seu tempo. Ele é a excessão, os espíritos cativos, a regra; (F. Nietzsche. Humano Demasiado Humano).

19 de julho de 2009

DEIXE A SUA LUZ BRILHAR

Um homem está sendo seguido de perto por uma mulher apressada cujo carro está colado ao dele. Ao chegar a um cruzamento, o sinal fica amarelo e ele pisa no freio. A mulher que vinha logo atrás dele tem um ataque de nervos. Ela buzina, grita palavras obscenas e até faz "aquele sinal" com o dedo. Enquanto ela está enfurecida e gritando com a pessoa do carro da frente, alguém bate em sua janela, ela olha para cima e, para seu horror, vê um policial com bloco e caneta nas mãos. Ele convida a mulher nervozinha a sair do carro e a leva até a delegacia mais próxima. Chegando lá, a mulher é revistada, tiram suas impressões digitais e a colocam numa cela. Depois de algumas horas ela é liberada. O policial que a prendera entrega seus pertences e lhe diz; justificando seu erro: "Sinto muito pelo engano madame. Mas quando encostei a viatura atrás do seu carro, a senhora estava buzinando feito louca, fazendo sinais obscenos e falando palavras de baixo calão. Naquele momento também pude observar um adesivo no seu para-choque que dizia 'NO MEU LUGAR, O QUE JESUS FARIA?', no suporte da placa 'ESCOLHI SERVIR AO PRÓXIMO!', na janela, um adesivo dizendo, 'DEUS É FIEL!', e, ainda, um emblema 'SOU DA PAZ!', colado no porta-malas. Então presumi que a senhora tivesse roubado aquele carro" (é obvio que o policial estava seguindo uma falsa cristã, que ainda não estava preparada para dar um bom testemunho de sua vida cristã).
O
s indivíduos do mundo já não acreditam mais em pessoas que estampam adesivos cristãos em seus carros, que colecionam vários livros cristãos em suas estantes, que ouvem somente estações evangélicas em seus rádios e TVs., que penduram cruz ou escapulário em seus pescoços, que compram diversos vídeos cristãos para seus filhos, que mantêm revistas cristãs expostas em suas mesas de café e salas de espera, mas que não têm a vida de Jesus entranhada em seus ossos nem o amor do Pai em seus corações. O que você e eu podemos fazer para apagar este insólito estigma? O melhor exemplo é o que Jesus diz:

"Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens,

para que vejam as suas boas obras e glorifiquem
ao Pai de vocês, que está nos céus"

(Mateus 5.16)
.

(Bob e Debby Gass. A Palavra Para Hoje, p. 6 - junho/julho/agosto 2009)

16 de julho de 2009

HUMANIZAÇÃO E CUIDADOS PALIATIVOS

Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu os cuidados paliativos como sendo "o cuidado ativo e total dos pacientes cujas enfermidades não respondem mais aos tratamentos curativos. Controle da dor e de outros sintomas, entre outros problemas sociais e espirituais, são da maior importância. O objetivo dos cuidados paliativos é atingir a melhor qualidade de vida possível para os pacientes e suas famílias".
Os cuidados paliativos modernos, também conhecidos como cuidado de hospice, têm seu início histórico nos tempos antigos. Em muitas culturas existiam lugares em que os peregrinos e viajantes, bem como os doentes e necessitados, podiam procurar abrigo e cuidado.
Os hospices, onde existiam, continuaram a prover o apoio e cuidados espirituais, mas a ideia de cuidado especializado dos pacientes terminais tornou-se realidade nos anos 1950 quando Dame Cecily Saunders, fundou o St. Christopher Hospice, em Londres, descreveu a filosofia do cuidado da pessoa que está morrendo, que desde então conhecemos como cuidados paliativos ou a filosofia do hospice.
Dame Cecily, ao descrever o sofrimento das pessoas com doença terminal, identificou quatro elementos que compõem o que ela denominou "dor total", ou seja: dor física, psicológica (emocional), social e espiritual. Reconheceu que nosso dever como cuidadores pressupõe a utilização de todas nossas habilidades no cuidado das pessoas, no sentido de aliviar seu sofrimento, assisti-las no aprimoramento de sua qualidade de vida e concentração no viver antes que no morrer, como um dever cristão. A filosofia do hospice inspira-se nos ensinamentos de Jesus e, diante da realidade sempre mais tecnologizada dos cuidados da saúde, cultiva um "reconhecimento crescente da futilidade e indignidade da continuação de tratamentos médicos caros e invasivos para os pacientes que estão claramente morrendo nos hospitais".
Consequentemente, o foco de nossas habilidades torna-se o cuidado do todo da pessoa - curar não é mais o objetivo, uma vez que sabemos que não podemos curar a doença. O foco central do cuidado que dirige todas as ações é a experiência da pessoa e de sua família de viver com uma doença incurável e o processo de morrer.
É nossa obrigação moral e ética, como cuidadores , prover cuidados paliativos para todas as pessoas que necessitam e estão confiadas ao nosso cuidado. Além disso, é também nossa obrigação moral e ética educar os outros de maneira que aquelas pessoas que estão fora de nossa responsabilidade de cuidar possam se beneficiar dos cuidados paliativos.
Para além da competência técnica profissional, nada e ninguém substitue a pessoa humana como fonte e fator de cura para o doente. Nesta direção, como apontado ao considerar a definição de cuidados paliativos da OMS, torna-se imprescindível o cultivo de três elementos fundamentais no cuidado: a compaixão, a humildade e a honestidade, em contexto e visão multidisciplinares.

(Leo Pessini e Luciana Bertachini (orgs.). Humanização e Cuidados Paliativos, pp. 168-69-75-80.)

"Continuem a amar uns aos outros
como irmãos em Cristo"

(Hebreus 13.1-NTLH).

5 de julho de 2009

PERSEVERANDO NA VIDA CRISTÃ

"Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos" (João 8.31).
Estas palavras [de Cristo] contém um tesouro de sabedoria. Iniciar no cristianismo é relativamente fácil. Há diversos motivos que nos impulcionam. O amor pelas coisas novas. A admiração de crentes bem-intencionados... A satisfação íntima de sentir-se amado, a empolgação natural de estar em uma nova situação. Todas estas coisas se combinam para auxiliar o principiante. Motivados por elas, o cristão novo convertido começa a percorrer a jornada que conduz ao céu, abandona maus hábitos e adquiri novos [e bons hábitos], possui novos pensamentos e sentimentos e, por um tempo, prossegue às mil maravilhas. Mas, quando o frescor desses sentimentos se desvanesse e se perde, quando o mundo e o diabo começam a precioná-lo, quando as fraquezas do seu coração aparecem, então percebe as reais dificuldades do verdadeiro criastianismo. Descobre a profunda sabedoria das palavras de nosso Senhor. Descobre que o continuar e não o começar no cristianismo é o teste da verdadeira graça [salvadora] de Deus.
Devemos lembrar dessas coisas ao formarmos nossa estimativa a respeito da conduta cristã de outras pessoas. Sem dúvida, devemos ser gratos a Deus quando vemos uma pessoa abandonando o mal e aprendendo a fazer o bem. Não podemos desprezar "o dia dos humildes começos" (Zc 4.10). Porém, devemos lembrar que começar é uma atitude simples e continuar é outra bem diferente. Perseverança contínua em fazer o bem é a única evidência segura de que recebemos a graça. Quem corre de tal maneira que pode alcançar o "prêmio" ( 1Co 9.24) não é o que no início o faz de maneira rápida e apressada, e sim o corre com velocidade constante. Tenhamos esperança quando vemos algo parecido com a conversão. No entanto, não nos asseguremos de haver ocorrido uma verdadeira conversão, até que o tempo estampe o seu selo. O tempo e o uso provam se os metais são frágeis ou resistentes. De modo semelhante, provam a veracidade da vida espiritual de um homem. Onde há vida espiritual, ali também existe contínua perseverança. Logo, o verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que continua tão bem quanto começou a sua vida cristã.
Por último, vale destacar ainda que o fato de participarmos de uma boa igreja e o ser nascido de uma família cristã não constitui uma prova de que nós mesmos estamos no caminho da salvação. Precisamos mais do que isso; é necessário que sejamos unidos ao próprio Cristo por meio de uma fé viva. Temos que conhecer pessoalmente a obra do Espírito em nossos corações. "Os princípios da igreja" e "ser bom membro da igreja" parecem rótulos excelentes; todavia, não livrarão nossas almas da ira vidoura, tampouco nos darão ousadia no Dia do Juízo.

(J. C. Ryle. Meditações no Evangelho de João, pp. 111-12,14)


3 de julho de 2009

A FIDELIDADE CONJUGAL

"Você é a fonte do meu jardim, a corrente de água doce, o ribeirão que corre dos montes Líbanos" (Cantares 4.15-NTLH).
Quem ama confia. Quem ama respeita. Quem ama devota-se à pessoa amada. O cônjuge precisa ser um manancial recluso e uma fonte selada (Ct 4.12). A mulher precisa proclamar com segurança: "Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu" (Ct 6.3). Não há amor verdadeiro onde não há o sentimento do "pertencimento". Onde não há fidelidade, em vez de crescer o amor, reina o choro. A infidelidade conjugal é o solo onde cresce a erva daninha da amargura. A infidelidade conjugal é promotora de depressão e outras graves doenças emocionais. A infidelidade conjugal é a principal causa de divórcios traumáticos. Ela é a grande causadora de famílias destroçadas e filhos traumatizados. A infidelidade conjugal é um engodo, uma farsa e um embuste. Ela promete aventura e termina com vergonha e opróbrio. Ela promete paixão tórrida e termina com decepções amargas e frias. Ela promete felicidade e deixa os seus protagonistas em frangalhos nos corredores da morte. Somente o temor do Senhor, o compromisso da fidelidade e o amor autruísta podem livrar os cônjuges da sedução, das propostas fáceis, das ofertas tentadoras e do fracasso do adultério. O pecado é uma fraude. Ele oferece um momento de prazer e uma vida [inteira] de tormento. A cama do adultério pode ser macia e cheia de encantos, mas deixa espinhos no coração, peso na consciência e tormentos na alma.
A fidelidade conjugal [por outro modo] é o melhor preventivo contra o veneno que tenta asfixiar o casamento; é o melhor escudo contra os torpedos que são lançados contra a família. Somente uma casa fiel saboreia os doces frutos de um amor sem reservas e lega aos filhos um exemplo digno de ser imitado. A santidade no casamento é o melhor ingrediente para uma família unida.

(Hernandes Dias Lopes. Mensagens Selecionadas, pp. 230-31)

2 de julho de 2009

NÓS TEMOS O ESPÍRITO DE DEUS

"Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?" (1 Coríntios 3:16).
Nós podemos dizer: "Pela autoridade de Jesus eu recuso reter esse espírito de amargura que deseja dominar a minha vida. Pelo poder que me é concedido pela autoridade da [nova] aliança, eu repreendo esse espírito de amargura. Eu vou viver uma vida saudável. Eu escolho caminhar em paz". [somente] Os cristãos [genuinos] podem fazer este tipo de escolhas e exercitar esta espécie de autoridade, porque eles foram feitos à semelhança de Deus. Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem" (Gênesis 1:26). Quando Deus nos criou, Ele colocou um "porção" do Seu Espírito em nós. Alguns argumentam que nós fomos feitos simplesmente do pó da terra. Embora isso seja verdade e esteja dito em Gênesis 2 - que Deus formou o homem a partir do pó da terra -, a Escritura vai adiante e declara: "[Deus] soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente" (v. 7). Nós recebemos o folêgo da vida em nós!
Deus nos criou para sermos filhos da aliança. Embora nossos corpos sejam feitos do pó da terra, nossos espíritos foram criados a partir de Deus. A Palavra em 1 Coríntios 2:12 afirma dessa maneira:
"Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo,
e, sim,

o Espírito que vem de Deus
, para que conheçamos
o que por Deus nos foi dado gratuitamente"

(ênfase adicionada).

Deus [no princípio] concedeu-nos toda a autoridade. Adão, pecando, não exerceu o domínio para o qual Deus o havia criado e, assim, toda a humanidade foi colocada debaixo da maldição do pecado. Lemos em Romanos 6:16-18 que nos tornamos escravos sob o domínio do pecado. A humanidade renunciou à sua própria autoridade. Mas aprouve Deus colocar em andamento um plano para reverter esta situação. E foi exatamente isso que ele Ele fez.
(James L. Garlow. A Aliança, p. 93)


1 de julho de 2009

O CAMINHO DA ADVERSIDADE

"Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Rm 8.18).

"...Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza..." (2Co 12.9).


O caminho da grandeza também é o caminho da adversidade. Qualquer um que quiser ser grandemente usado por Deus vai enfrentar sofrimentos em algum ponto da vida. O sofrimento não é algo que possa ser simulado ou exibido para alçar alguém para um nível espiritual mais elevado.
É um dom que Deus dá a cada indivíduo que anseia por um relacionamento mais profundo com ele. Em tempos de provação aprendemos a abandonar a auto-suficiência e buscamos a ajuda de Deus.
Se o sofrimento chegou e você está cansado sob o seu peso, leia a passagem de 2 Coríntios 12.7-10 escrita pelo apóstolo Paulo. Veja no texto a angústia oculta e o clamor secreto das orações oferecidas por um homem de Deus que estava enfrentando grandes dificuldades físicas. Lembre-se também da oposição que o esperava em quase toda cidade onde pregou.
Deus tinha um propósito para o sofrimento do apóstolo. É nas dificuldades da vida que ele desenvolve o crente para o serviço e lixa a ferrugem de sua vida. Por causa de sua origem judaica nobre e da permanente comunhão com Deus, Paulo lutou com a tentação de ficar orgulhoso. Deus em sua misericórdia permitiu que Satanás humilhasse o seu servo por meio de um sofrimento físico, para evitar que ele se exaltasse.
Até que ponto vai o amor do Pai? É grande a ponto de impedir que você se desvie do seu constante cuidado. Na provação e no sofrimento, abra os olhos para ver as mãos do Mestre feridas pelos cravos.

Senhor, no meio de minhas provações e sofrimentos,
deixa-me ver a impressão de tuas mãos feridas

pelos cravos operando em minha vida.


Às vezes Deus revela pelo menos uma parte de sua vontade a você. Outras, não. Em períodos de advensidade, isso pode provocar inquietação. Mas Deus exige que você prossiga na fé, mesmo quando a adversidade o cerca. Aceitando a vontade dele, você desfruta alegria duradoura. Isto significa que nunca sentirá tristeza nem ficará sobrecarregado pelo estresse? Claro que não! Deus chora com você, e por meio da vida do Filho dele [Jesus Cristo], ele lhe dá esperança para prosseguir. Às vezes, isso pode significar simplesmente ficar quieto sob o cuidado incessante do Senhor.

Senhor, quando a adversidade me cercar, ajuda-me a
continuar indo em frente pela fé. Eu sei que
aceitando tua vontade, encontrarei
a esperança para continuar.

(Charles Stanley. Em Sua Presença, p. 357,362)

24 de junho de 2009

NECESSIDADE DA REGENERAÇÃO

"Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo" (João 3:3)
Jesus apontou a necessidade mais profunda e universal de todos os homens - uma mudança radical e completa da natureza e caráter do homem em sua totalidade. Toda a natureza do homem ficou deformada pelo pecado, a herança da queda; essa deformação moral reflete-se em sua conduta e em todas as suas relações. Antes que o homem possa ter uma vida que agrade a Deus, seja no presente ou na eternidade, sua natureza precisa passar por uma transformação tão radical, que seja realmente um segundo nascimento. O homem não pode transformar-se a si mesmo; essa transformação terá que vir de cima [de Deus].
Jesus não tentou explicar o como do novo nascimento, mas explicou o por quê do assunto. " O que é nascido da carne é carne, mas o que é nascido do Espírito é espírito" (Jo 3.6). Carne e espírito pertencem a reinos diferentes, e um não pode produzir o outro. A natureza humana somente pode produzir a natureza humana; e nenhuma criatura poderá elever-se acima da sua própria natureza. A natureza espiritual não passa do pai ao filho pela geração natural; ela procede de Deus para o homem por meio da geração espiritual.
O destino mais elevado do homem é viver com Deus para sempre; mas a natureza humana, em seu estado presente [em pecado], não possui a capacidade para viver no reino celestial. Portanto, será necessário que a vida celestial desça de cima para trasnsformar a natureza humana, preparando-a para ser membro desse reino.
A preparação humana. Estritamente falando, o homem não pode cooperar no ato de regeneração, que é um ato soberano de Deus; mas o homem pode tomar parte na preparação para o novo nascimento. Qual é essa preparação? Resposta: Arrependimanto e fé*.
Devido à sua natureza, a regeneração envolve união espiritual com Deus e com Cristo mediante o Espírito Santo; e essa união espiritual envolve habitação divina (2 Cor. 6:16-18; Gal. 2:20; 4:5,6; 1 João 3:24; 4:13). Essa união resulta em um novo tipo de vida e de caráter, descrito [na Bíblia] de várias maneiras; novidade de vida (Rom. 6:4); um novo coração (Ezeq. 36:26,27; um novo espírito (Ezeq. 11:19); um novo homem (Efés. 4:24); participantes da natureza divina (2 Ped. 1:4). O dever do crente é manter seu contato com Deus mediante os vários meios da graça e dessa forma preservar e nutrir a vida espiritual.
A pessoa nascida de Deus demonstrará esse fato pelo ódio que tem ao pecado (1 João 3:9; 5:18), por obras de justiça (1 João 2:29), pelo amor fraternal (1 João 4:7) e pela vitória que alcança sobre o mundo (1 João 5:4).

(Myer Pearlman. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, pp. 158-160)

P.S. - *O fato de a regeneração ser uma obra de Deus dentro de nós pela qual ele nos dá vida nova nos faz concluir que é um evento instantâneo. Ocorre uma única vez. Num momento estamos espiritualmente mortos, e depois no outro temos nova vida espiritual da parte de Deus. A mudança se tornará evidente com o passar do tempo em padrões de comportamento e desejos agradáveis a Deus. [...], definimos a regeneração como o ato de Deus de despertar a vida espiritual dentro de nós, trazendo-nos da morte espiritual para a vida espiritual. Sobre essa definição, é natural entender que a regeneração vem antes da fé salvífica. De fato, é essa obra de Deus que nos dá capacidade espiritual para responder a Deus com fé. Entretanto, quando dizemos que ela vem "antes" da fé salvífica, é importante lembrar que elas aparecem tão juntas que geralmente nos parecerá que estão ocorrendo ao mesmo tempo. Assim que nos dirige o chamado eficaz do evangelho, ele nos regenera, e respondemos com fé e arrependimento a esse chamado. Assim, da nossa perspectiva é difícil perceber qualquer diferença no tempo, especialmente porque a regeneração é uma obra espiritual que não podemos perceber com nossos olhos nem mesmo entender com nossa mente.
(Wayne Grudem, Teologia Sistemática, pp. 586-87)


20 de junho de 2009

O HOMEM À IMAGEM DE DEUS

"Então disse Deus: 'Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...' (Gn 1.26-NVI).
Seria bom se refletíssemos mais frequentemente na nossa semelhança com Deus. É provável que fiquemos surpresos ao descobrir que quando o Criador do universo quis fazer algo "à sua imagem", algo mais semelhante a si do que todo o resto da criação, ele nos criou. Essa descoberta nos dá um profundo senso de dignidade e importância, pois passamos a refletir sobre a excelência de todo o restante da criação divina: o universo estrelado, a terra abundante, o mundo das plantas e dos animais e os reinos dos anjos são admiráveis, magníficos mesmos. Mas nós somos mais semelhantes ao nosso Criador do que qualquer dessas coisas. Somos a culminância da obra criadora infinitamente sábia e hábil de Deus. Apesar de ter o pecado maculado profundamente essa semelhança, refletimos ainda hoje boa parte dela e cada vez mais o faremos à medida que crescermos na semelhança de Cristo.
Porém, é preciso lembrar que, mesmo caído, o homem pecador tem a posição de ser à imagem de Deus (Gn 9.6). Todo ser humano, por mais que a imagem de Deus esteja maculada pelo pecado, pela doença, pela fraqueza, pelo envelhecimento ou por qualquer outra deficiência, traz em si ainda a condição de existir à imagem de Deus e portanto precisa ser tratado com a dignidade e o respeito devidos ao portador da imagem divina. Isso traz profundas implicações para nossa conduta diante dos outros. Significa que todas as raças merecem igual dignidade e direitos. Significa que os idosos, os gravemente doentes, os mentalmente retardados, as crianças ainda no ventre materno - todos merecem plena proteção e respeito como seres humanos. Se algum dia negarmos nossa posição singular na criação como únicos portadores da imagem de Deus, logo passaremos a depreciar o valor da vida humana, tenderemos a enxergar os seres humanos meramente como uma forma animal superior e começaremos a tratar os outros assim. Também perderemos muito do nosso senso de significado na vida.


(Wayne Grudem. Teologia Sistemática, p. 370-71)

12 de junho de 2009

CASADOS, MAS ETERNOS NAMORADOS

Certa vez, ouvindo uma palestra sobre casamento, o preletor exemplificou o tema com a seguinte história: “Um casal há muito havia perdido o romantismo entre eles. Então, o marido, em uma atitude ousada, chegou em casa e disse à sua esposa: ‘Querida, amanhã trarei à nossa casa um convidado muito especial. Quero que você vista a sua melhor roupa. Quero, também, que deixe a nossa casa um brinco. E não se esqueça de preparar uma comida bem especial’.
No dia seguinte, a mulher, apressadamente, arrumou toda a casa, deixando-a completamente limpa e cheirosa. Preparou uma comida bem saborosa. Logo depois se preparou, vestindo a sua melhor roupa.
Enfim, ela estava linda! No horário marcado, o marido chegou e tocou a campainha. Ela, com os olhos brilhando, foi logo abrir a porta para ver quem era o tal convidado. Porém, teve uma surpresa: do lado de fora estava somente o seu marido. Ela foi logo perguntando: ‘Onde está o tal convidado? Fiz tudo o que você pediu para nada? Ele não veio?’
O marido abaixou a cabeça e entristecido disse: ‘O convidado especial sou eu, meu bem! Ou não significo mais nada para você? Veja quanto tempo estamos casados e você nunca mais se arrumou assim para mim e nem mais preparou um prato especial para me esperar?’ Naquele instante, o silêncio pairou entre os dois e os olhares de um para outro diziam mais que palavras.”
Esta é uma história bem simples, porém significativa e nos deixa uma grande lição: o cuidado mútuo entre os cônjuges deve ser cultivado a cada dia. Quantos casais não sabem mais o que é namorar ou o que é sair de mãos dadas? Parece papo de pré-adolescentes apaixonados. Não, não mesmo. E se engana quem pensa assim, pois o romantismo não é privilégio restrito aos casais mais jovens, pois cada idade tem o seu esplendor e o coração jamais envelhece.
O romantismo é um dos pilares de sustentação do casamento, que, infelizmente, há muito vem sendo negligenciado. É triste dizer, mas o que mais vemos hoje são casamentos de “fachada”, aqueles que mostram uma felicidade aparente para a sociedade, entretanto, entre quatro paredes, o clima entre o casal é outro.
É interessante observar que no período de namoro é fácil colocar o romantismo em prática. Presentes pra lá e pra cá, elogios, bilhetinhos e cartas de amor, palavras de incentivo, demonstrações de carinho e afeto. No entanto, depois de casados, muitos casais parecem desaprender as diversas linguagens do amor. Começam as cobranças, as trocas de ofensas, as irritações constantes por causa de pouca coisa. O romantismo cede espaço para o desgaste do relacionamento. Com o tempo, marido e mulher perdem o desejo um pelo outro.
Assim como este marido da história teve a idéia de surpreender a sua esposa, fazendo-a refletir sobre o que estava acontecendo entre eles, da mesma forma precisamos ter força de vontade para investir no casamento. Há quanto tempo você não diz “Eu te amo” para o seu cônjuge? Talvez, nos últimos anos, você tenha se dedicado mais a outras coisas como trabalho, amizades, futebol com os amigos, sempre saindo sozinho e, principalmente, subtraindo o tempo que você teria para dialogar com seu cônjuge e filhos pelas infinitas horas em frente à TV. Um bom diálogo também faz parte do romantismo.
Não importa o mau tempo e nem o passar dos anos. Em Deus tudo se renova. O romantismo independe de uma data especial para ser colocado em prática. Por isso, transforme o seu “Dia do Nada” em uma data para lá de especial. Curta o seu cônjuge. Você verá que os resultados serão surpreendentes. Experimente!

Ana Paula Costa
Fonte: www.lagoinha.com