30 de julho de 2009

QUALQUER UM PODE SERVIR

Martin Luther King Jr. reconheceu esta verdade: "Você não precisa ter um diploma de faculdade para servir. Não é fundamental conhecer a segunda lei da termodinâmica na física para servir. Só precisa ter um coração generoso e uma alma movida pelo amor."
Servir e se sacrificar pelos outros é algo que pode ser realizado de muitas maneiras diferentes. Quando no dedicamos a identificar e atender as necessidades legítimas dos outros (servir), descobrimos que é preciso fazer alguns sacrifícios.
O alvo pode ser nosso ego, orgulho ou sede de poder, além de outros interesses pessoais. Às vezes precisamos sacrificar também nosso desejo de sermos admirados, nosso péssimo hábito de evitar conflitos, nossa determinação de ter todas as respostas e de aparecer bem na foto.
Quando servimos os outros, temos de perdoar, pedir desculpas e dar uma segunda chance, mesmo quando não sentimos vontade. Há o risco de sermos rejeitados, mal interpretados e até usado em certas ocasiões. Na verdade, é fundamental abrir mão de qualquer coisa que interfira na maneira de fazer a coisa certa.
Muitos dos que estão em posições de liderança acham que esse é um preço alto demais para se pagar. Eles acham que é a sua vez de serem servidos, agora que se tornaram líderes. A boa notícia é que qualquer um pode fazer a diferença na vida de outra pessoa, ainda mais se tiver em posição de liderança.
Anne Frank, que morreu num dos campos de extermínio de Hitler, expressou-se sobre esse ponto com eloquência: "Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um único momento para começar a melhorar o mundo!"

Quando rompemos com o "eu" e nos empenhamos em atender as legítimas necessidades dos outros, nossas carências também são satisfeitas.

Abraham Lincoln, em sua maneira simples e concisa, disse: "Quando eu faço o bem, me sinto bem." Portanto, voltamos às opções pessoais. Vamos servir os outros ou apenas servir a nós mesmos? Esta é a diferença entre ser um líder servidor e um líder que só serve os próprios interesses.

(James C. Hunter. Como Se Tornar Um Líder Servidor, pp. 43-46)

NOTA: Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank, (Frankfurt am Main, 12 de Junho de 1929 — Bergen-Belsen, início de Março de 1945) foi uma adolescente judia obrigada a viver escondida dos nazistas durante o Holocausto. Nasceu em Frankfurt am Main (Hesse), sendo a segunda filha de Otto Heinrich Frank (12 de maio de 1889 - 19 de agosto de 1980) e de Edith Hollander (16 de janeiro de 1900 - 6 de janeiro de 1945), uma família de patriotas alemãs que teriam participado da Primeira Guerra Mundial.

28 de julho de 2009

A COGNOSCIBILIDADE DE DEUS

Embora não possamos conhecer exaustivamente a Deus, podemos conhecer coisas verdadeiras sobre ele. De fato, tudo o que as Escrituras nos falam sobre Deus é verdadeiro. É verdade dizer que Deus é amor (1Jo 4.8), que Deus é luz (1Jo 1.5), que Deus é Espírito (Jo 4.24), que Deus é justo ou reto (Rm 3.26) e assim por diante. Dizer isso não implica nem exige que saibamos tudo sobre Deus, ou sobre seu amor, ou sobre sua justiça ou sobre qualquer outro atributo. Podemos conhecer alguns pensamentos de Deus - até muitos deles - com base na Bíblia, e quando os conhecemos, como Davi, os consideramos "preciosos" (Sl 139.17).
Ora, algumas pessoas dizem que não podemos conhecer o próprio Deus, mas somente fatos sobre ele ou o que ele faz. Outros dizem que não podemos conhecer a Deus como ele é em si, mas somente na sua relação conosco (e aqui está implícito que essas duas coisas são de algum modo diferentes). Mas as Escrituras não afirmam isso. Várias passagens falam que podemos conhecer o próprio Deus. Lemos as seguintes palavras de Deus em Jeremias 9.23-24:

"Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico, nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR".

Aqui Deus diz que a fonte da nossa alegria e da nossa noção de importância deve vir não das nossas capacidades ou posses, mas do fato de conhecê-lo. Igualmente, ao orar ao Pai, Jesus pôde dizer: "E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" (Jo 17.3). A promessa da nova aliança é que todos conheçam a Deus, "desde o menor deles até ao maior" (Hb 8.11), e a primeira epístola de João nos diz que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento "para reconhecermos o verdadeiro" (1Jo 5.20; v. tb. Gl 4.9; Fp 3.10; 1Jo 2.3; 4.8). João pode dizer: "...eu vos escrevo, porque conheceis aquele que existe desde de o princípio" (1Jo 2.13).
O fato de conhecermos o próprio Deus é demonstrado ainda pela percepção de que a riqueza da vida cristã envolve um relacionamento pessoal com Deus. Como sugerem as passagens acima, temos o privilégio bem maior do que o mero conhecimento de fatos acerca de Deus. Falamos com Deus em oração, e ele fala conosco em sua Palavra. Temos comunhão com ele na sua presença, entoamos seus louvores e temos consciência de que ele pessoalmente habita no meio de nós e dentro de nós para nos abençoar (Jo 14.23). De fato, pode-se dizer que esse relacionamento pessoal com Deus Pai, com Deus Filho e com Deus Espírito Santo é a maior de todas as bênçãos da vida cristã.

(Wayne Gruden. Teologia Sistemática, pp. 103-104)

NOTA: 1Coríntios 13.12 diz: "...Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido". A palavra "conhecerei" é simplesmente uma tentativa de traduzir epignõskõ, que dá a entender um conhecimento mais profundo ou exato (talvez, contrastando com o presente conhecimento parcial, um conhecimento isento de erro ou falsidade). Paulo jamais diz algo como: "Então conhecereis todas as coisas", que teria sido bem fácil de dizer em grego (tote epignõsomai ta panta), se assim o quisesse.


22 de julho de 2009

AMOR A SI MESMO, PRECONDIÇÃO PARA AMAR O PRÓXIMO

Crescemos ouvindo de todos - pais, mestres, religiosos - que não devemos ser egoístas, querendo, com isso, passar a ideia de que gostar muito de nós mesmos é (ou seria) prejudicial e indesejável. As religiões, quase todas, têm como máxima e esteio fundamental do comportamento o amor ao próximo. O cristianismo, repetindo com outras palavras o que já nos ensinaram Confúcio e Buda, nos manda amar ao próximo tanto quanto a nós mesmos.
Há, nas colocações acima, o equívoco de confundir o amor a si mesmo com o egoísmo. São, na verdade, pólos opostos de um mesmo fenômeno, guardando o egoísmo uma relação inversa com o apreço que se tenha por si mesmo, como se fossem imagens num espelho.
O comportamento egoísta tem muito, mas muito mesmo, a ver com uma torturante sensação de insegurança e fragilidade interior. Somente aqueles interiormente fortes conseguem, de fato, ser gentis e desprendido. O egoísmo relaciona-se diretamente com a imaturidade emocional, assemelhando-se ao comportamento da criancinha, que vê e sente o mundo como que girando a seu redor e existindo para e em função dela.
Nos primeiros anos de vida, somos extremamente dependentes dos outros para sobreviver. A sensação de que nossa sobrevivência depende do meio externo nos confere uma insegurança que exigirá, para nosso equilíbrio e bem-estar, um constante reasseguramento de que os outros e o mundo estão à nossa disposição e sobre eles podemos ter controle. Ou seja, o comportamento egoísta que todos apresentamos enquanto crianças pequenas faz parte do processo normal de crescimento e amadurecimento do ser humano.
À medida que vamos crescendo, amadurecendo, nos fortalecendo e criando uma bos imagem de nós mesmos, menos importante será para nós o reforço exterior e, por conseguinte, maior será a nossa independência da opinião e da influência das outras pessoas. Estaremos nos aproximando, assim, do "*espírito livre" de que nos falava Nietzsche. É esse processo de libertação que constitui, de fato, nosso crescimento como ser humano e configura, a rigor, o sentido da trajetória da nossa existência.
Os que atingem esse patamar de crescimento ou dele se aproximam passam a extrair ganuíno prazer do amor que transmitem às outras pessoas e, sem ter premeditado, passam a vivenciar um doce ciclo vicioso onde, quanto mais se amam e amam os outros, mais amor recebem de volta e mais ainda ficam amando a si e aos outros...
Esse amor por si próprio é, essencialmente, reflexo de nosssa auto-estima, ou da imagem que construímos de nós mesmos. Um nível adequado e desejável de auto-estima implica respeito e admiração por si próprio e não pode confundir-se com narcisismo. Este é o primo-irmão do egoísmo e resulta da mesma causa básica: a fragilidade interior e o desapego a si mesmo são tão grandes que o indivíduo sente uma compulsiva necessidade do reconhecimento externo. Os narcisistas, tanto quanto os egoístas, não são pessoas livres e dificilmente serão felizes, dependentes que são, vitalmente, do conceito que os outros fazem deles.
  • Inveja, talvez, o mais destrutivo de todos os subprodutos da insegurança interior e do desapego por si mesma. Essa inveja nociva e destrutiva não é o natural desejo, que vez por outra assalta qualquer um de nós, de ter ou ser o que alguém, próximo ou distante, tem ou é. A inveja a que me refiro é aquela amarga sensação de desconforto e sofrimento que invade o indivíduo quando confrontado com o sucesso alheio, ou com o que de bom possa estar ocorrendo com outra pessoa...
Com todo o arrazoado acima, espero tê-lo convencido, caro leitor, de que gostar de si mesmo não é defeito: é qualidade e não tem nada a ver com o egoísmo, o narcisismo e o não gostar dos outros. Muito pelo contrário. É justamente a impossibilidade de amar a nós mesmos que nos torna incapazes, na mesma proporção, de amar os outros.
(Dr. Marco Aurélio Dias da Silva. Quem Ama não Adoece, pp. 273-280)

*É chamado de espírito livre aquele que pensa de modo diverso do que se esperaria com base em sua procedência, seu meio, sua posição e função ou com base nas opiniões que predominam em seu tempo. Ele é a excessão, os espíritos cativos, a regra; (F. Nietzsche. Humano Demasiado Humano).

19 de julho de 2009

DEIXE A SUA LUZ BRILHAR

Um homem está sendo seguido de perto por uma mulher apressada cujo carro está colado ao dele. Ao chegar a um cruzamento, o sinal fica amarelo e ele pisa no freio. A mulher que vinha logo atrás dele tem um ataque de nervos. Ela buzina, grita palavras obscenas e até faz "aquele sinal" com o dedo. Enquanto ela está enfurecida e gritando com a pessoa do carro da frente, alguém bate em sua janela, ela olha para cima e, para seu horror, vê um policial com bloco e caneta nas mãos. Ele convida a mulher nervozinha a sair do carro e a leva até a delegacia mais próxima. Chegando lá, a mulher é revistada, tiram suas impressões digitais e a colocam numa cela. Depois de algumas horas ela é liberada. O policial que a prendera entrega seus pertences e lhe diz; justificando seu erro: "Sinto muito pelo engano madame. Mas quando encostei a viatura atrás do seu carro, a senhora estava buzinando feito louca, fazendo sinais obscenos e falando palavras de baixo calão. Naquele momento também pude observar um adesivo no seu para-choque que dizia 'NO MEU LUGAR, O QUE JESUS FARIA?', no suporte da placa 'ESCOLHI SERVIR AO PRÓXIMO!', na janela, um adesivo dizendo, 'DEUS É FIEL!', e, ainda, um emblema 'SOU DA PAZ!', colado no porta-malas. Então presumi que a senhora tivesse roubado aquele carro" (é obvio que o policial estava seguindo uma falsa cristã, que ainda não estava preparada para dar um bom testemunho de sua vida cristã).
O
s indivíduos do mundo já não acreditam mais em pessoas que estampam adesivos cristãos em seus carros, que colecionam vários livros cristãos em suas estantes, que ouvem somente estações evangélicas em seus rádios e TVs., que penduram cruz ou escapulário em seus pescoços, que compram diversos vídeos cristãos para seus filhos, que mantêm revistas cristãs expostas em suas mesas de café e salas de espera, mas que não têm a vida de Jesus entranhada em seus ossos nem o amor do Pai em seus corações. O que você e eu podemos fazer para apagar este insólito estigma? O melhor exemplo é o que Jesus diz:

"Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens,

para que vejam as suas boas obras e glorifiquem
ao Pai de vocês, que está nos céus"

(Mateus 5.16)
.

(Bob e Debby Gass. A Palavra Para Hoje, p. 6 - junho/julho/agosto 2009)

16 de julho de 2009

HUMANIZAÇÃO E CUIDADOS PALIATIVOS

Em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu os cuidados paliativos como sendo "o cuidado ativo e total dos pacientes cujas enfermidades não respondem mais aos tratamentos curativos. Controle da dor e de outros sintomas, entre outros problemas sociais e espirituais, são da maior importância. O objetivo dos cuidados paliativos é atingir a melhor qualidade de vida possível para os pacientes e suas famílias".
Os cuidados paliativos modernos, também conhecidos como cuidado de hospice, têm seu início histórico nos tempos antigos. Em muitas culturas existiam lugares em que os peregrinos e viajantes, bem como os doentes e necessitados, podiam procurar abrigo e cuidado.
Os hospices, onde existiam, continuaram a prover o apoio e cuidados espirituais, mas a ideia de cuidado especializado dos pacientes terminais tornou-se realidade nos anos 1950 quando Dame Cecily Saunders, fundou o St. Christopher Hospice, em Londres, descreveu a filosofia do cuidado da pessoa que está morrendo, que desde então conhecemos como cuidados paliativos ou a filosofia do hospice.
Dame Cecily, ao descrever o sofrimento das pessoas com doença terminal, identificou quatro elementos que compõem o que ela denominou "dor total", ou seja: dor física, psicológica (emocional), social e espiritual. Reconheceu que nosso dever como cuidadores pressupõe a utilização de todas nossas habilidades no cuidado das pessoas, no sentido de aliviar seu sofrimento, assisti-las no aprimoramento de sua qualidade de vida e concentração no viver antes que no morrer, como um dever cristão. A filosofia do hospice inspira-se nos ensinamentos de Jesus e, diante da realidade sempre mais tecnologizada dos cuidados da saúde, cultiva um "reconhecimento crescente da futilidade e indignidade da continuação de tratamentos médicos caros e invasivos para os pacientes que estão claramente morrendo nos hospitais".
Consequentemente, o foco de nossas habilidades torna-se o cuidado do todo da pessoa - curar não é mais o objetivo, uma vez que sabemos que não podemos curar a doença. O foco central do cuidado que dirige todas as ações é a experiência da pessoa e de sua família de viver com uma doença incurável e o processo de morrer.
É nossa obrigação moral e ética, como cuidadores , prover cuidados paliativos para todas as pessoas que necessitam e estão confiadas ao nosso cuidado. Além disso, é também nossa obrigação moral e ética educar os outros de maneira que aquelas pessoas que estão fora de nossa responsabilidade de cuidar possam se beneficiar dos cuidados paliativos.
Para além da competência técnica profissional, nada e ninguém substitue a pessoa humana como fonte e fator de cura para o doente. Nesta direção, como apontado ao considerar a definição de cuidados paliativos da OMS, torna-se imprescindível o cultivo de três elementos fundamentais no cuidado: a compaixão, a humildade e a honestidade, em contexto e visão multidisciplinares.

(Leo Pessini e Luciana Bertachini (orgs.). Humanização e Cuidados Paliativos, pp. 168-69-75-80.)

"Continuem a amar uns aos outros
como irmãos em Cristo"

(Hebreus 13.1-NTLH).

5 de julho de 2009

PERSEVERANDO NA VIDA CRISTÃ

"Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos" (João 8.31).
Estas palavras [de Cristo] contém um tesouro de sabedoria. Iniciar no cristianismo é relativamente fácil. Há diversos motivos que nos impulcionam. O amor pelas coisas novas. A admiração de crentes bem-intencionados... A satisfação íntima de sentir-se amado, a empolgação natural de estar em uma nova situação. Todas estas coisas se combinam para auxiliar o principiante. Motivados por elas, o cristão novo convertido começa a percorrer a jornada que conduz ao céu, abandona maus hábitos e adquiri novos [e bons hábitos], possui novos pensamentos e sentimentos e, por um tempo, prossegue às mil maravilhas. Mas, quando o frescor desses sentimentos se desvanesse e se perde, quando o mundo e o diabo começam a precioná-lo, quando as fraquezas do seu coração aparecem, então percebe as reais dificuldades do verdadeiro criastianismo. Descobre a profunda sabedoria das palavras de nosso Senhor. Descobre que o continuar e não o começar no cristianismo é o teste da verdadeira graça [salvadora] de Deus.
Devemos lembrar dessas coisas ao formarmos nossa estimativa a respeito da conduta cristã de outras pessoas. Sem dúvida, devemos ser gratos a Deus quando vemos uma pessoa abandonando o mal e aprendendo a fazer o bem. Não podemos desprezar "o dia dos humildes começos" (Zc 4.10). Porém, devemos lembrar que começar é uma atitude simples e continuar é outra bem diferente. Perseverança contínua em fazer o bem é a única evidência segura de que recebemos a graça. Quem corre de tal maneira que pode alcançar o "prêmio" ( 1Co 9.24) não é o que no início o faz de maneira rápida e apressada, e sim o corre com velocidade constante. Tenhamos esperança quando vemos algo parecido com a conversão. No entanto, não nos asseguremos de haver ocorrido uma verdadeira conversão, até que o tempo estampe o seu selo. O tempo e o uso provam se os metais são frágeis ou resistentes. De modo semelhante, provam a veracidade da vida espiritual de um homem. Onde há vida espiritual, ali também existe contínua perseverança. Logo, o verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que continua tão bem quanto começou a sua vida cristã.
Por último, vale destacar ainda que o fato de participarmos de uma boa igreja e o ser nascido de uma família cristã não constitui uma prova de que nós mesmos estamos no caminho da salvação. Precisamos mais do que isso; é necessário que sejamos unidos ao próprio Cristo por meio de uma fé viva. Temos que conhecer pessoalmente a obra do Espírito em nossos corações. "Os princípios da igreja" e "ser bom membro da igreja" parecem rótulos excelentes; todavia, não livrarão nossas almas da ira vidoura, tampouco nos darão ousadia no Dia do Juízo.

(J. C. Ryle. Meditações no Evangelho de João, pp. 111-12,14)


3 de julho de 2009

A FIDELIDADE CONJUGAL

"Você é a fonte do meu jardim, a corrente de água doce, o ribeirão que corre dos montes Líbanos" (Cantares 4.15-NTLH).
Quem ama confia. Quem ama respeita. Quem ama devota-se à pessoa amada. O cônjuge precisa ser um manancial recluso e uma fonte selada (Ct 4.12). A mulher precisa proclamar com segurança: "Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu" (Ct 6.3). Não há amor verdadeiro onde não há o sentimento do "pertencimento". Onde não há fidelidade, em vez de crescer o amor, reina o choro. A infidelidade conjugal é o solo onde cresce a erva daninha da amargura. A infidelidade conjugal é promotora de depressão e outras graves doenças emocionais. A infidelidade conjugal é a principal causa de divórcios traumáticos. Ela é a grande causadora de famílias destroçadas e filhos traumatizados. A infidelidade conjugal é um engodo, uma farsa e um embuste. Ela promete aventura e termina com vergonha e opróbrio. Ela promete paixão tórrida e termina com decepções amargas e frias. Ela promete felicidade e deixa os seus protagonistas em frangalhos nos corredores da morte. Somente o temor do Senhor, o compromisso da fidelidade e o amor autruísta podem livrar os cônjuges da sedução, das propostas fáceis, das ofertas tentadoras e do fracasso do adultério. O pecado é uma fraude. Ele oferece um momento de prazer e uma vida [inteira] de tormento. A cama do adultério pode ser macia e cheia de encantos, mas deixa espinhos no coração, peso na consciência e tormentos na alma.
A fidelidade conjugal [por outro modo] é o melhor preventivo contra o veneno que tenta asfixiar o casamento; é o melhor escudo contra os torpedos que são lançados contra a família. Somente uma casa fiel saboreia os doces frutos de um amor sem reservas e lega aos filhos um exemplo digno de ser imitado. A santidade no casamento é o melhor ingrediente para uma família unida.

(Hernandes Dias Lopes. Mensagens Selecionadas, pp. 230-31)

2 de julho de 2009

NÓS TEMOS O ESPÍRITO DE DEUS

"Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?" (1 Coríntios 3:16).
Nós podemos dizer: "Pela autoridade de Jesus eu recuso reter esse espírito de amargura que deseja dominar a minha vida. Pelo poder que me é concedido pela autoridade da [nova] aliança, eu repreendo esse espírito de amargura. Eu vou viver uma vida saudável. Eu escolho caminhar em paz". [somente] Os cristãos [genuinos] podem fazer este tipo de escolhas e exercitar esta espécie de autoridade, porque eles foram feitos à semelhança de Deus. Deus disse: "Façamos o homem à nossa imagem" (Gênesis 1:26). Quando Deus nos criou, Ele colocou um "porção" do Seu Espírito em nós. Alguns argumentam que nós fomos feitos simplesmente do pó da terra. Embora isso seja verdade e esteja dito em Gênesis 2 - que Deus formou o homem a partir do pó da terra -, a Escritura vai adiante e declara: "[Deus] soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente" (v. 7). Nós recebemos o folêgo da vida em nós!
Deus nos criou para sermos filhos da aliança. Embora nossos corpos sejam feitos do pó da terra, nossos espíritos foram criados a partir de Deus. A Palavra em 1 Coríntios 2:12 afirma dessa maneira:
"Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo,
e, sim,

o Espírito que vem de Deus
, para que conheçamos
o que por Deus nos foi dado gratuitamente"

(ênfase adicionada).

Deus [no princípio] concedeu-nos toda a autoridade. Adão, pecando, não exerceu o domínio para o qual Deus o havia criado e, assim, toda a humanidade foi colocada debaixo da maldição do pecado. Lemos em Romanos 6:16-18 que nos tornamos escravos sob o domínio do pecado. A humanidade renunciou à sua própria autoridade. Mas aprouve Deus colocar em andamento um plano para reverter esta situação. E foi exatamente isso que ele Ele fez.
(James L. Garlow. A Aliança, p. 93)


1 de julho de 2009

O CAMINHO DA ADVERSIDADE

"Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Rm 8.18).

"...Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza..." (2Co 12.9).


O caminho da grandeza também é o caminho da adversidade. Qualquer um que quiser ser grandemente usado por Deus vai enfrentar sofrimentos em algum ponto da vida. O sofrimento não é algo que possa ser simulado ou exibido para alçar alguém para um nível espiritual mais elevado.
É um dom que Deus dá a cada indivíduo que anseia por um relacionamento mais profundo com ele. Em tempos de provação aprendemos a abandonar a auto-suficiência e buscamos a ajuda de Deus.
Se o sofrimento chegou e você está cansado sob o seu peso, leia a passagem de 2 Coríntios 12.7-10 escrita pelo apóstolo Paulo. Veja no texto a angústia oculta e o clamor secreto das orações oferecidas por um homem de Deus que estava enfrentando grandes dificuldades físicas. Lembre-se também da oposição que o esperava em quase toda cidade onde pregou.
Deus tinha um propósito para o sofrimento do apóstolo. É nas dificuldades da vida que ele desenvolve o crente para o serviço e lixa a ferrugem de sua vida. Por causa de sua origem judaica nobre e da permanente comunhão com Deus, Paulo lutou com a tentação de ficar orgulhoso. Deus em sua misericórdia permitiu que Satanás humilhasse o seu servo por meio de um sofrimento físico, para evitar que ele se exaltasse.
Até que ponto vai o amor do Pai? É grande a ponto de impedir que você se desvie do seu constante cuidado. Na provação e no sofrimento, abra os olhos para ver as mãos do Mestre feridas pelos cravos.

Senhor, no meio de minhas provações e sofrimentos,
deixa-me ver a impressão de tuas mãos feridas

pelos cravos operando em minha vida.


Às vezes Deus revela pelo menos uma parte de sua vontade a você. Outras, não. Em períodos de advensidade, isso pode provocar inquietação. Mas Deus exige que você prossiga na fé, mesmo quando a adversidade o cerca. Aceitando a vontade dele, você desfruta alegria duradoura. Isto significa que nunca sentirá tristeza nem ficará sobrecarregado pelo estresse? Claro que não! Deus chora com você, e por meio da vida do Filho dele [Jesus Cristo], ele lhe dá esperança para prosseguir. Às vezes, isso pode significar simplesmente ficar quieto sob o cuidado incessante do Senhor.

Senhor, quando a adversidade me cercar, ajuda-me a
continuar indo em frente pela fé. Eu sei que
aceitando tua vontade, encontrarei
a esperança para continuar.

(Charles Stanley. Em Sua Presença, p. 357,362)