20 de junho de 2009

O HOMEM À IMAGEM DE DEUS

"Então disse Deus: 'Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...' (Gn 1.26-NVI).
Seria bom se refletíssemos mais frequentemente na nossa semelhança com Deus. É provável que fiquemos surpresos ao descobrir que quando o Criador do universo quis fazer algo "à sua imagem", algo mais semelhante a si do que todo o resto da criação, ele nos criou. Essa descoberta nos dá um profundo senso de dignidade e importância, pois passamos a refletir sobre a excelência de todo o restante da criação divina: o universo estrelado, a terra abundante, o mundo das plantas e dos animais e os reinos dos anjos são admiráveis, magníficos mesmos. Mas nós somos mais semelhantes ao nosso Criador do que qualquer dessas coisas. Somos a culminância da obra criadora infinitamente sábia e hábil de Deus. Apesar de ter o pecado maculado profundamente essa semelhança, refletimos ainda hoje boa parte dela e cada vez mais o faremos à medida que crescermos na semelhança de Cristo.
Porém, é preciso lembrar que, mesmo caído, o homem pecador tem a posição de ser à imagem de Deus (Gn 9.6). Todo ser humano, por mais que a imagem de Deus esteja maculada pelo pecado, pela doença, pela fraqueza, pelo envelhecimento ou por qualquer outra deficiência, traz em si ainda a condição de existir à imagem de Deus e portanto precisa ser tratado com a dignidade e o respeito devidos ao portador da imagem divina. Isso traz profundas implicações para nossa conduta diante dos outros. Significa que todas as raças merecem igual dignidade e direitos. Significa que os idosos, os gravemente doentes, os mentalmente retardados, as crianças ainda no ventre materno - todos merecem plena proteção e respeito como seres humanos. Se algum dia negarmos nossa posição singular na criação como únicos portadores da imagem de Deus, logo passaremos a depreciar o valor da vida humana, tenderemos a enxergar os seres humanos meramente como uma forma animal superior e começaremos a tratar os outros assim. Também perderemos muito do nosso senso de significado na vida.


(Wayne Grudem. Teologia Sistemática, p. 370-71)

Nenhum comentário:

Postar um comentário